Por Ethel Barylka (Israel)1
O nome “Milta” vem do aramaico e seu significado é: palavra, assunto, expressão. Saímos ao caminho, pensando que temos assuntos a tratar, palavras a dizer e a ouvir, e expressões que estamos ansiosos para conhecer. Diálogos para incentivar e capacitar.
Os últimos meses, a partir de 7 de outubro, têm nos imposto a urgente necessidade de trazer à luz conversas que acontecem nos corredores, nos cafés, nas salas dos professores, nos encontros profissionais e nas conversas entre amigos e familiares.
Da mesma forma, tomamos consciência de que há muitos entre nós que têm o que dizer e outros que precisam encontrar um lugar onde saciar a sede de saber e conhecer. Sentimos, a partir de nossas conversas e trocas, que seria de grande utilidade uma plataforma onde aqueles que pensam sobre os temas do judaísmo e Israel possam se expressar livremente, compartilhar suas ideias e preocupações, sem estar subordinados aos enquadramentos institucionais e organizacionais.
Milta é uma revista independente, de difusão aberta, que será publicada em meio virtual 4 vezes por ano.
Israel e o povo judeu em sua totalidade enfrentamos o início de uma nova etapa, uma nova era de transição que, como tal, não pode ser definida, mas que nos exorta a participar e agir, colocando em foco os temas, os dilemas e as questões mais atuais.
Acreditamos que há assuntos que nos reclamam e requerem nosso olhar, a partir da experiência de um continente ibero-americano que vive em duas línguas culturais particulares – espanhol e português – e cuja voz pode e deve contribuir para o diálogo e o pensamento judeu em sua totalidade, do qual muitas vezes foi excluído.
Fundamos Milta porque pensamos nos assuntos judeus e concebemos que o judaico deve ser vivido no encontro com o outro, por meio da palavra.
Com satisfação, apresentamos o primeiro número, que esperamos que os comova tanto quanto a nós.
Milta é dirigida a todos, também a você.
1. Diretora da Revista Milta. Profissional na área da educação judaica. Cursou seus estudos na Universidade Hebraica de Jerusalém, em Filosofia e Literatura Hebraica e seu Mestrado no Instituto de Judaísmo Contemporâneo da mesma universidade. Concluiu seus estudos de Procuração de Justiça perante Cortes Rabínicas nas Instituições de Or Torá Stone em Jerusalém. É professora no Centro Melton de Educação Judaica da Universidade Hebraica de Jerusalém e do Centro Acadêmico Hertzog. Foi coordenadora e diretora de diversos projetos educativos no âmbito judeu latino-americano. Em várias oportunidades realizou tarefas educacionais no México, Brasil, Uruguai, Chile, Argentina e Espanha, e foi docente em diferentes instituições acadêmicas de Israel: as Universidades de Tel Aviv, Jerusalém e Bar Ilan, o Instituto Yad Vashem, a Academia Lifshitz e o Instituto Acadêmico Beit Berl. Foi consultora do Colégio Judeu de Praga e atualmente é membro da equipe de consultores educativos da United, para o México. Criadora e diretora do projeto “Mulher e Judaísmo “” – www.mujeryjudaismo.com. É autora de: Judaísmo no Feminino, Apontamentos sobre a identidade judaica pós-moderna e O desafio da Realização – História do Hanoar Hatzioni.